Aulas retornam com filas duplas e caos no trânsito de Campo Grande
O mês de fevereiro marca o retorno das aulas na maioria das escolas privadas de Campo Grande. E com a retomada do ensino nos colégios da Rede Municipal de Ensino (Reme) nesta quarta-feira (8), a euforia vista nas salas de aula traz de volta um velho conhecido na cidade, filas duplas que causam caos no trânsito.
O movimento nas ruas que ficam no entorno das instituições de ensino coincide, ainda, com os horários de pico no movimento das vias, o que gera ainda mais transtornos para quem passa por esses locais.
De acordo com a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), em 2022, a parada dos carros em fila dupla foi a principal infração flagrada em torno das escolas da Capital.
A agência adverte que a formação de filas duplas é uma violação grave do Código de Trânsito e pode gerar multa no valor de R$ 195,23 e perda de cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
No ano passado, 1.300 pessoas foram multadas por fazerem filas duplas durante os horários de entrada e saída de escolas, o que resultou em pelo menos R$ 253,7 mil em multas.
“O ato de parar em fila dupla acaba acarretando estresse, conflito na porta de escolas e discussões, as quais os alunos acabam presenciando. Nós devemos lembrar que o exemplo se arrasta e as palavras modificam”, comenta a gerente em Educação para o Trânsito da Agetran, Ivanise Rotta.
A equipe do Jornal esteve no horário de saída e entrada de escolas particulares de Campo Grande entre os dias 7 e 8 de fevereiro.
Foi possível verificar a ocorrência de filas duplas durante o embarque dos alunos nos colégios Dom Bosco, localizado na Avenida Mato Grosso, no Elite, que fica na Rua Íria Loureiro Viana, e na Funlec – Colégio Oswaldo Tognini, na Rua Coronel Cacildo Arantes.
ALTERNATIVAS
Ao jornal, o diretor administrativo da Maple Bear, Rafaat Toumani, destacou que a instituição de ensino já constatou um aumento do fluxo de carros na via em torno da escola, que se deve também ao horário do fim do expediente comercial.
O colégio já está ciente do transtorno no trânsito e informou que vem tomando medidas para diminuir o impacto nas vias. A rede terá uma segunda unidade escolar, e no novo prédio a capacidade do drive-thru para desembarque dos estudantes será ampliada para 30 carros.
Toumani informou também que a escola possui um aplicativo que os pais e responsáveis pelas crianças usam para agilizar o drive-thru com a equipe responsável pela entrada e saída dos alunos.
TRANSPORTE INCORRETO
Segundo a Agetran, outra infração recorrente nas proximidades dos colégios é o transporte incorreto dos alunos. De acordo com a resolução 277 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), é obrigatório transportar recém-nascidos até um ano de idade (com peso de até 10 kg), no bebê conforto.
“De um até quatro anos de idade, é necessário o uso da cadeirinha, de forma que a criança fique presa com o cinto de segurança no banco traseiro. Já entre os quatro e sete anos, deve ser utilizado um assento de elevação no banco de trás, junto do cinto de segurança”, informou a Agetran.
Os responsáveis também devem ficar atentos ao transporte de crianças em motocicletas, que é proibido para menores de 10 anos de idade, e o uso do capacete é indispensável.
A Agetran tem realizado, desde terça-feira (6), uma campanha de fiscalização e conscientização dos motoristas e responsáveis pelo embarque e desembarque de alunos, para seguirem as leis de trânsito.
A agência orienta que os pais e responsáveis devem buscar horários alternativos ou vagas de estacionamento próximas aos colégios e seguir o caminho a pé para buscar os alunos em segurança e não causar filas duplas.