Prefeita diz ser contra aumento do próprio salário, mas não irá vetar reajuste

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, afirmou ser contra o aumento do próprio salário, que passará dos atuais R$ 21.263,62 para até R$ 41.845,48 em março de 2025, conforme projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal.

Em agenda na manhã desta sexta-feira (3), a prefeita disse que o Executivo Municipal não participou da proposta e discussão.

"O projeto teve começo, meio e fim no Legislativo do município, na Câmara Municipal, não teve a participação do Executivo", explicou.

Adriane afirma ainda que esse aumento é um pedido dos servidores, que tem o salário vinculado, ou seja, dependem do reajuste da remuneração da prefeita, vice e secretários para melhoria dos próprios salários.

"Eu sou contra o aumento do meu subsídio em vista da condição fiscal. A mesma regra que impera para os servidores públicos impera para a prefeita e para os secretários, porque somos todos servidores públicos", disse.

No entanto, a prefeita afirma que não irá vetar o projeto de lei, por não ter essa autonomia.

"Esse projeto é um projeto de iniciativa da Câmara Municipal, ele não vem para o Executivo sancionar", ressaltou.

Sobre a possibilidade de então recorrer por outras vias para impedir o aumento do próprio salário, Adriane Lopes afirmou que já existe ação popular que tentar barrar o reajuste na Justiça e ela irá esperar uma decisão judicial.

"Eu estou aqui por um projeto, eu acredito que eu estou aqui numa missão, eu não vim para esta cadeira por salário, eu vim para uma missão que é um propósito de trabalhar pela nossa cidade. Não vim pra pleitear a melhoria do meu salário", disse.

A prefeita ressalta que, como há categorias que têm salário vinculado, ela irá respeitar e tentar buscar um consenso.

"Se essa ação popular não embargar meu salário, eu vou entrar com alguma medida. Mas primeiro eu vou aguardar os encaminhamentos que já foram feitos", afirmou, sem detalhar quais seriam essas medidas.

Sobre o impacto do reajuste aos cofres municipais, a prefeita disse que ainda não foi feito o cálculo, mas alegou que o mesmo impeditivo fiscal que barra o Executivo de dar reajuste para a enfermagem e professores, também impede o reajuste do salário dela e secretários.

"A regra é praa todos os servidores e eu sou servidora", concluiu a prefeita.

Aumento de quase 100%

Na última quarta-feira (28), a Câmara Municipal de Campo Grande aprovou, em regime de urgência, reajuste de até 96,8% no salário da prefeita.

Com o aumento dos salários dos integrantes do Executivo, devido ao teto, também sobe o salário de procuradores e auditores fiscais da Prefeitura.

Com dez votos contrários, o primeiro projeto aprovado reajuste o salário da prefeita de R$ 21.263,62 para  R$ 35.462,22 ainda neste ano.

Dessa forma, em meio a discussões e greves por falta de reajuste dos servidores públicos, o reajuste da prefeita será de 66,77%.

Ainda neste projeto, o salário do vice-prefeito sobe de R$ 15.947,03 para R$ 31.915,80. Já a remuneração dos secretários do primeiro escalão e dos dirigentes de autarquias, chamado de segundo escalão, passa de R$ 11.619,70 para R$ 30.142,70.

Votaram contra os vereadores: Betinho (Republicanos), Beto Avelar (PSD), Coronel Alírio Vilassanti (União Brasil), Edu Miranda (Patriota), João Rocha (PP), Paulo Lans (Patriota), Professor Juari (PSDB), Professor Riverton (PSD), Tiago Vargas (PSD) e Zé da Farmácia (Podemos).

O outro projeto aprovado aumenta o salário da prefeita para R$ 41.845,48 em 2025.

Esta proposta teve votos contrários de Tiago Vargas (PSD) e Zé da Farmácia (Podemos).

Em 2025, Adriane Lopes pode não ser mais prefeita de Campo Grande, caso não concorra ou não seja reeleita, visto que as eleições municipais serão realizadas em 2024.

Nesta proposta, o salário do vice-prefeito sobe para R$ 37.658,61; o dos secretários do primeiro e segundo escalão passa para R$ 35.567,50.

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