Em meio à crise na saúde, Estado convoca 15 médicos pediatras para Hospital Regional

Em alerta devido ao aumento nos atendimentos e internações de crianças em decorrência de síndromes respiratórias, a Secretaria de Estado de Administração (SAD) e a Fundação Serviços de Saúde (Funsau) convocaram 15 novos médicos pediatras para suprir o déficit de profissionais qualificados para atender o público infantil.

O resultado final do processo foi divulgado no Diário Oficial do Estado (DOE) desta quinta-feira (13).

A princípio, os profissionais devem atuar no Hospital Regional (HR), localizado em Campo Grande. 

Ao Jornail local, o HR informou que, a princípio, os profissionais serão alocados para suprir as necessidades já existentes da unidade.Com o adiantamento do cronograma da seleção, quatro etapas são concluídas hoje, são elas: publicação dos resultados dos recursos relativos às solicitações de inscrição e à avalição curricular, publicação dos resultados definitivos das solicitações de inscrição e da avalição curricular, publicação do resultado final e homologação do processo seletivo simplificado e a publicação da convocação dos candidatos aprovados.

Os médicos aprovados têm até esta sexta-feira (14) para a apresentarem documentos e comprovação de requisitos necessários para a contratação no endereço, local e horários que constam no edital.

Crise na Saúde

Conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, a Capital sul-mato-grossense enfrenta dificuldade para atender as crianças que chegam aos hospitais e unidades de saúde com sintomas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Segundo dados divulgados na última segunda-feira (10), em média, 20 crianças aguardam leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) por dia no município.

Além disso, pelo menos 32 crianças estavam internadas com uso de ventilação mecânica, sendo 26 delas em UTIs (dez na Santa Casa de Campo Grande, oito no Hospital Universitário, oito no Hospital Regional) e seis em unidades de pronto-socorro (quatro na Santa Casa, uma no Hospital Regional e uma no Hospital Universitário), segundo informações do Secretário Municipal de Saúde, Sandro Benites.

O secretário informou ainda não possuir os dados de crianças entubadas em hospitais privados, mas afirmou que todos os leitos estão ocupados.

A fim de buscar soluções para reduzir o número de contaminações pelo vírus, a Sesau reativou o Centro de Operações de Emergência em Saúde (COES), que discute, a cada 48 horas, o avanço no número de casos e medidas para reforçar o sistema de saúde municipal.

Demanda

vírus sincicial respiratório (VSR) é o principal responsável pela internação de crianças na Capital.

Só no último fim de semana, foram atendidas 5 mil crianças com sintomas de doenças respiratórias.

Em seu momento mais crítico, a Capital teve 50 crianças na fila por leitos pediátricos. 

No ano, já foram confirmados quatro óbitos pelo vírus sincicial, três eram crianças com menos de 1 ano.

Como medida para enfrentar a crise na saúde, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) discutiu com hospitais a compra de novos leitos pediátricos para atender as crianças que aguardam na fila.

Além da falta de leitos, outro problema enfrentado pelas autoridades de saúde era a falta de mão de obra qualificada para atender ao público.

“Mesmo a Sesau cedendo pediatras, nós temos dificuldade de fechar uma nova escala”, ressaltou

Na quarta-feira (5), a Sesau realizou o chamamento de 80 médicos, mas apenas quatro deles possuíam especialidade para atuar na ala pediátrica.

Segundo Benites, o Município discute com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a possibilidade de abrir uma residência médica de pediatria em Campo Grande.

Ao Correio do Estado, o titular da Sesau informou ainda que, a longo prazo, a pasta estuda estruturar uma UTI infantil para atender bebês e crianças.

Em 2014, Campo Grante possuía o Centro Pediátrico da Capital (CEMP), inaugurado pelo ex-prefeito Gilmar Olarte (PP). O prédio foi fechado no fim de 2015, na gestão do então prefeito Alcides Bernal. À época, a justificativa para o encerramento das atividades foi de que o local, além de causar prejuízo aos cofres públicos, apresentava inúmeras irregularidades.

Agora, com a falta de espaço para atender crianças e bebês, o CEMP voltou a ser discutido.

Retorno das máscaras

Uma das medidas que será adotada pela Sesau para tentar frear o vírus será o retorno do uso de máscara em escolas de Campo Grande. A Prefeitura já está em contato também com a Secretaria Estadual de Educação (SED) para pedir que as máscaras retornem também à Rede Estadual de Ensino.

“O uso de máscara fica obrigatório para os professores e diretores em todas as escolas, já os menores, pelo nosso entendimento, não têm condições de usar máscara no momento”, afirmou o secretário.

De acordo com dados divulgados pela Sesau nesta segunda-feira (10), foram registradas 602 internações por doenças respiratórias durante as sete últimas semanas em Campo Grande, sendo 70% delas crianças.

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